sábado, 21 de março de 2015

Review - Resident Evil Revelations 2


Focando nos acontecimentos entre Resident Evil 5 e Resident Evil 6, Resident Evil Revelations 2 é um bom jogo, porém sofre com os mesmos problemas encontrados nos jogos citados acima. Com seu primeiro episódio lançado ainda em Fevereiro e o último na semana passada, Resident Evil Revelations 2 é o primeiro jogo da série a ser disponibilizado neste formato, portanto achei mais justo realizar o review do game como um todo e não sobre cada capítulo individualmente. 


Dito pelo próprio produtor do jogo, a série Revelations (iniciada no Nintendo 3DS) é uma maneira de realizar experimentos criativos na franquia que não poderiam ser realizados nos títulos principais e um deles é o lançamento através de episódios disponibilizados separadamente (o primeiro era dividido em episódios também, mas fisicamente o jogo era um só e foi lançado completo). Cada episódio de Revelations 2 tem uma média de 2h e 30 minutos se você optar ir com calma e ler cada um dos diários e relatórios que encontrar pelo caminho, deixando o game com aproximadamente 10 horas, mas se quiser fazer um speed-run pode-se tranquilamente zerar o game em 8h ou menos.



O formato de episódios serve para fazer com que o jogo fique em evidência por um tempo maior do que o de um lançamento por completo, mas ao mesmo tempo deixa o jogador a ver navios ao final de cada um deles tendo que esperar até que o próximo seja disponibilizado para continuar com sua aventura. Isto até funciona para DLCs de jogos completos ou para jogos da TellTale Games (The Walking Dead e The Wolf Among Us), mas para um jogo como Resident Evil se torna um tanto anti-climático.



Jogabilidade: Desde Resident Evil 5, a franquia optou por introduzir o modo cooperativo no gameplay, ao que tenho sérias restrições por achar que a presença de um segundo personagem tira um pouco da sensação de terror que era tão comum na franquia em seus primeiros jogos. A contraprova pode se ver claramente no recente lançamento do ótimo remake do primeiro Resident Evil, que infelizmente funciona como um desserviço à Revelations 2 por lembrar o jogador do quão boa a franquia era e o que a quantidade desnecessária de mudanças tornou os jogos atuais. Não me entenda mal, entre os três últimos jogos da franquia (Resident Evil 5, 6 e este) Revelations 2 claramente é um passo na direção certa e uma tentativa de resgate dos tempos gloriosos de antigamente. 



O jogador controla duas duplas de personagens, em um momento do episódio o foco é em Claire Redfield e Moira Burton e no outro em Barry Burton e Natalia, sendo que em ambos os casos o primeiro personagem porta as armas e o segundo tem habilidades especiais que serão utilizadas durante o jogo. A jogabilidade de Claire e Barry é muito semelhante, já a de Moira e Natalia é bem diferente, sendo que Natalia, apesar de ser uma criança, é muito mais útil que Moira. Enquanto a habilidade de Moira é abrir portas com o uso de um pé de cabra e segurar uma lanterna (se é que isso pode ser chamado de habilidade), Natalia tem o poder de enxergar os inimigos e seus pontos fracos através de paredes. Estas habilidades fazem com que a jogabilidade da dupla Claire/Moira seja mais focada em ação e Barry/Natalia seja mais focada em stealth e resolução de quebra-cabeças.

No single player mode, o jogador alterna entre os dois personagens em foco conforme a necessidade do momento, por isso aqui a questão do segundo personagem funciona melhor do que em RE 5 e RE 6. Ainda que exista um segundo personagem junto ao principal, o jogador só pode se defender dos monstros do game utilizando Claire ou Barry, já que Moira têm horror a armas de fogo (mesmo com sua vida em risco) e Natalia é apenas uma criança, o que é um pouco irritante é que  o fato da AI do segundo personagem ser um tanto burra e frequentemente se colocar entre você e seus inimigos, tampando seu campo de visão. As habilidades especiais das personagens coadjuvantes são frequentemente usadas, mas única e exclusivamente porque o gameplay foi todo construído para incorporá-las (sério, segurar uma lanterna como habilidade é algo que não entra na minha cabeça). 

O modo cooperativo possibilita que um segundo jogador controle Moira ou Natalia, mas honestamente, principalmente no caso de Moira, quem gostaria de servir como coadjuvante (literalmente) no jogo de outra pessoa sem participar ativamente da ação. 



O modo Raid, que coloca o jogador em vários cenários do jogo com tempo determinado para matar uma quantidade determinada de inimigos, está de volta nesta nova versão e é uma ótima pedida após finalizar a campanha permitindo acumulo de pontos para liberação de armas e personagens para o modo.

Gráficos e Ambientação: Revelations 2 não traz nenhuma revolução gráfica para a franquia, os personagens principais e inimigos são bem construídos e a dublagem também é boa, mas nada que maravilhe o jogador mesmo nas versões dos consoles da nova geração que não possuem nenhuma diferença significativa graficamente. Na ambientação, Revelations 2 também prefere o lugar comum, colocando os jogadores em locais já conhecidos da franquia como prisões e vilarejos abandonados. Isto é uma coisa boa já que estes são os lugares que causam terror na maioria dos games de survival horror, trazendo para o jogador uma familiaridade com os primeiros jogos da franquia. Se a idéia é resgatar o terror, então qual seria a necessidade de mudar? Nenhuma.



Enredo: Claire é uma das minhas personagens favoritas em RE, então o fato de poder saber um pouco mais sobre sua história me deixou empolgado para jogar Revelations 2. Em sua parte da história, junto com Moira, Claire é capturada e levada para uma espécie de prisão onde ambas estão sendo monitoradas por um misterioso personagem que parece estar promovendo um jogo de gato e rato com a dupla. Já no caso de Barry e da misteriosa Natalia, trata-se inicialmente de uma missão de resgate à Moira (que é filha de Barry) e se desenvolve em uma investigação sobre os acontecimentos no local onde se encontram, mas não vou falar mais nada sobre para não dar nenhum spoiler. 

Claire e Barry são ótimos protagonistas e ambos seguram bem suas partes em cada um dos episódios mas, infelizmente, o mesmo balanceamento não se pode ver entre as coadjuvantes. Enquanto Natalia e todo o mistério que a envolve são muito interessantes e fazem com que o jogador queira descobrir qual é a fonte de seus poderes e o que ela está fazendo naquele lugar, Moira é extremamente irritante. Seus comentários recheados de palavrões durante todo o jogo são óbvios e desnecessários (não sou puritano nem nada, mas tudo tem limite) e sua história é desinteressante, ao ponto de me fazer desejar que Natalia estivesse nas duas partes de cada episódio como personagem secundária.



No geral a história é boa e serve como uma ponte decente entre RE5 e RE6, mas ainda sim quando os créditos sobem ficam algumas coisas por explicar e se você não for como eu, que gosto de ler todos os diários e documentos que coleto durante o jogo, pode acabar se perdendo um pouco.



Conclusão: 

Resident Evil Revelations 2 é um passo na direção certa para a franquia, mas ainda sofre com alguns dos problemas dos jogos anteriores como o Co-op desnecessário e alguns poucos buracos na história. A jogabilidade é boa, o terror e a tensão estão bem presentes e os personagens principais são interessantes (com a exceção de Moira). A volta do Raid Mode faz com que o game possa ser ainda melhor aproveitado mesmo depois que o jogador finaliza a campanha principal, criando um motivo para revisitar o jogo


Revelations 2 não tem a pretensão de ser um "divisor de águas" e como uma história paralela na franquia faz um bom trabalho trazendo uma boa experiência para o jogador e matando um pouco da sede dos fãs que já estão ávidos por novos jogos da série.



NOTA FINAL


Confira o trailer de lançamento do jogo:














Nenhum comentário:

Postar um comentário